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PICO, a Ilha da Montanha Mágica

PICO, ILHA DA MONTANHA MÁGICA

Pico, a segunda maior ilha dos Açores, com 444,9 km2 de área e forma alongada, graças aos seus 46,2 quilómetros de comprimento e 15,8 de largura máxima. Dominada pelo vulcão da Montanha do Pico na sua metade ocidental, a ilha está afastada 6 km da vizinha ilha do Faial e é povoada por 14 148 habitantes (dados de 2011). É a ilha mais a sul do Grupo Central do Arquipélago dos Açores e um dos vértices das chamadas “ilhas do triângulo”. O ponto mais elevado da ilha, aos 2350 m de altitude, é também o ponto mais alto de Portugal e está situado no Piquinho, na Montanha.

A descoberta da ilha por navegadores portugueses terá ocorrido a par das demais ilhas do grupo central. Inicialmente conhecida por Ilha de D. Dinis, o actual nome surge face à maior montanha portuguesa que aí se localiza. Pensa-se que o Pico terá sido a última ilha do grupo central a ser povoada, num esforço concretizado principalmente a partir da década de 1480.

Colonos provenientes de Portugal Continental, após escala na Terceira e Graciosa, escolhem as Lajes como primeiro local de residência. As plantações de trigo e da planta tintureira do pastel, por influência do vizinho Faial, são frágeis esteios do desenvolvimento económico durante o primeiro século de povoamento. Com efeito, o clima seco e quente de algumas zonas da ilha, em conjunção com a riqueza mineral dos solos de lava, contraria o traço agrícola desta ilha, mas permite um crescente sucesso da cultura da vinha, com predomínio da casta verdelho. Aos poucos, o vinho e a aguardente picoenses destacam-se entre a produção vinícola açoriana e tornam-se apreciados dentro e fora da ilha, permitindo o desenvolvimento da vitivinicultura, particularmente ao longo do século XVIII. Exportado para a Europa e para a América, o verdelho atinge fama internacional. Chega inclusive a marcar presença na mesa dos czares russos.

A ligação com o Faial é forte, não só no plano administrativo, como económico. Por um lado, a Horta funciona como porto de exportação dos produtos do Pico, que carece de enseadas seguras. Por outro, até à crise vinícola do século XIX, um elevado número de proprietários de terras picoenses provinha da ilha vizinha. O primeiro quartel do século XVIII é marcado por erupções vulcânicas de monta, espécie de prenúncio para o término do período dourado do verdelho. Em meados do XIX, o ataque devastador do oidium e da filoxera extingue a maior parte dos vinhedos. Perdido o cultivo, esfumada a tradição e prestígio, cresce a emigração dos habitantes locais para o Brasil e América do Norte. Como alternativa, parte dos que ficam viram-se para o mar.

Desde o século XVIII que a ilha tem contacto com a actividade baleeira. Frotas inglesas e norte-americanas procuram o cachalote nas águas em redor do Pico. As barcas utilizam os portos da ilha para descanso da tripulação, abastecimento de mantimentos, estaleiros de reparação e posto de recrutamento de novos braços para a dura batalha contra os gigantes do mar. Surgem na segunda metade do século XIX os primeiros intentos da comunidade local para abraçar a actividade. A caça ao cachalote prospera e alastra a outras ilhas do arquipélago. A dinâmica mantém-se até meados do século XX, altura que marca o declínio da actividade. O ponto final surge em 1986,como definitivo impedimento da caça aos cetáceos, na sequência da assinatura pelo Estado português da moratória proibitiva da Comissão Baleeira Internacional.

Recuperando tradições seculares e reinventando-as, o Pico mantém hoje em dia uma ligação estreita com o cachalote. O contacto com os cetáceos, agora protegidos, é pedra de base da indústria turística. E a vitivinicultura voltou a ter alguma importância, auxiliando a economia da ilha onde os serviços, a agricultura, pecuária e pesca são actividades relevantes. A singularidade da vinicultura picoense é reconhecida internacionalmente, com a classificação da Paisagem da Cultura da Vinha como Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, em 2004

 

PARQUE NATURAL DO PICO

Não obstante da grandeza e diversidade do seu património geológico e cultural e a sua biodiversidade, deste parque sobressaem imagens cuja dimensão e importância se tornaram um símbolo deste arquipélago: a Montanha do Pico, que não só é o ponto mais alto de Portugal, como é o 3.º maior vulcão do Oceano Atlântico; a Gruta das Torres, que é o maior tubo lávico de Portugal; a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada como Património Mundial pela UNESCO, que é, nada mais, nada menos do que o mais alto galardão internacional que aquela entidade atribui a monumentos e sítios, por todo o mundo. São, pois, muitos e variados os reconhecimentos nacionais e internacionais que o Parque Natural do Pico tem vindo a receber, como é também o caso do título de uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal – a Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico abraça toda a ilha e sem dúvida que o seu Parque Natural presta um contributo inestimável para a atribuição deste galardão nacional.

Para além do vasto património natural e cultural, as estruturas de apoio e de visitação a este parque natural foram merecedoras de prémios nacionais de arquitectura, e destacadas para nomeações a prémios internacionais da especialidade, pela sua excelência e inovação arquitetónica, adaptada à arquitetura e materiais da ilha.
A sua flora e fauna endémica abrangem espécies únicas nos Açores e no mundo, que têm que ser preservadas como forma de garantir o equilíbrio natural dos habitats, e a identidade da própria ilha.

Os extensos campos de lava que marcam a paisagem da ilha, e que a população local denomina de “lajidos” ou “terras de biscoito” consoante a sua planura ou irregularidade, servem de mote à cor cinzenta escolhida para o Pico. E também os currais da vinha, os maroiços nos terrenos agrícolas, os muros de caminhos, veredas e divisórias dos terrenos remetem para esta tonalidade, entremeada com o verde da vegetação.

O imenso cone vulcânico da Montanha do Pico ergue-se majestoso, cortando o azul celeste ou deixando-se enrolar num manto de nuvens protector. Para oriente deste colossal vulcão, a ilha espreguiça-se numa longa cordilheira vulcânica, de exuberantes manchas de vegetação endémica e verdejantes pastagens, onde pontuam cerca de duas centenas de pequenos cones de escórias basálticas e cerca de uma vintena de lagoas. Estas e outras massas de água, incluindo charcos e terrenos de turfeira mais ou menos alagados, servem de albergue a aves residentes e exóticas migradoras, como a garça-real.

Imponente, majestoso, magnífico, são algumas das muitas alcunhas que o vulcão da Montanha do Pico recolhe, graças aos seus 2350 m de altitude máxima, 19 quilómetros de diâmetro médio ao nível do mar e figura esbelta. O terceiro maior vulcão do Atlântico impõe-se na paisagem da ilha, exercendo uma atracção irresistível de quase todos os cantos do Pico, e muitos sítios das ilhas vizinhas. Na sua cratera principal aloja-se um cone de lava designado de Piquinho, no topo do qual fumarolas permanentes encarregam-se de lembrar a sua natureza vulcânica. A cerca de 1250 metros de altitude, onde se inicia a subida pedestre à Montanha, o olhar já abarca grande parte da ilha, bem como as vizinhas Faial e São Jorge. A subida até ao topo é servida de elevadas doses de cansaço, e de satisfação: pelo feito extraordinário e por panorâmicas fantásticas e únicas. Em dia límpido, tem-se como prémio adicional o vislumbre das ilhas Graciosa e Terceira.

Na metade oriental da ilha é o Planalto da Achada que domina, segundo uma cordilheira vulcânica com cerca de 30 km de extensão entre a Lagoa do Capitão e a Ponta da Ilha. Os seus cerca de 200 cones vulcânicos e áreas adjacentes albergam turfeiras, charcos ou lagoas, como as do Grotões, Rosada, Paul, Landroal, Caiado, Peixinho e Negra. Esta área constitui um dos locais mais importantes dos Açores em termos de vegetação endémica, com espécies como cedro-do-mato, queiró, sanguinho ou trovisco em extensas e densas manchas.

Mas, são os campos de lava basáltica a imagem de marca da ilha, repositório de inúmeros e diversificados vestígios da actividade vulcânica que fez nascer a ilha e que fazem lembrar os de outras ilhas vulcânicas exóticas, as ilhas havaianas. Nalguns casos estes campos de lava estão associados a erupções testemunhadas pelas populações, que, temerosas, designaram de “mistérios” tais terrenos rochosos e incultos nascidos do fogo da Terra: assim nasceram o Mistério da Praínha (no século XVI) e os mistérios de Santa LuziaSão João e da Silveira no século XVIII.

O cinzento-escuro do basalto, o azul cristalino do mar e o branco leitoso da espuma da rebentação marcam a trilogia colorida do litoral da ilha do Pico. Sem praias, mas com encantadoras baías e enseadas, a ilha oferece várias zonas balneares, frequentemente aproveitando o recorte da costa para proporcionar um cenário natural único. Em contrapartida, altas arribas marcam certos troços da orla costeira do Pico, rivalizando com as de São Jorge na sua imponência e deslumbre: o Miradouro da Terra Alta propicia esta visão.

Arcos, grutas litorais e bancadas de rocha dura sucedem-se ao longo do litoral, aqui e ali dando passagem a terrenos de vinha com as suas típicas adegas. Em muitos locais da ilha, como nas Ribeiras, nas Lajes do Pico ou na Ponta do Mistério, permanecem extensas fajãs lávicas, testemunho eloquente da constante luta entre a força criadora dos vulcões e as acções destruidoras do mar.

 

PATRIMÓNIO, CULTURA E ARTESANTO

Para protecção da maresia e do vento e para retirar o melhor partido das condições climatéricas e geológicas dos terrenos pedregosos e das zonas de lajido, o Homem picaroto organizou o terreno num impressionante mosaico de pedra negra: os “currais”. Este reticulado de quadrículas delimitadas por muros de basalto onde se plantam as videiras estende-se pelo horizonte. Criação Velha e Santa Luzia são exemplos maiores desta arte de parcelar a terra, a que correspondem centenas de quilómetros de muros de pedra arduamente erguidos. Estes terrenos, misto de natureza lávica e práticas culturais ancestrais, englobam a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património da Humanidade da UNESCO desde 2004.

Enquanto que no chão de lava negra se destacam as “rilheiras”, sulcos deixados pelas rodas dos carros de bois que transportavam uvas e barris, nos portos e portinhos junto à beira-mar são os “rola-pipas”, encostas talhadas para facilitar o deslize das pipas até aos barcos, que ainda hoje personificam esta actividade.

Para além das suas igrejas e arquitectura rural, o legado arquitectónico do Pico está parcialmente associado ao cultivo da vinha. Na zona da Areia Larga, encontram-se bonitos solares que serviam de moradia temporária aos proprietários de vinhedo que habitavam no Faial. Datados dos séculos XVIII e XIX, caracterizam-se por traços rígidos e por estruturas de apoio como poço de maré, adega e armazém.

Nas Adegas do Pico, por vezes adaptadas ao turismo rural, as paredes de pedra vulcânica entrelaçam-se com o mar e a vegetação. A memória viva do ciclo do verdelho tem novo capítulo no Museu do Vinho. Instalado na Madalena, numa antiga mansão de veraneio dos frades carmelitas, tem colecção de alfaias, alambiques e pipas. A sua frondosa mata de dragoeiros dá um remate cénico ao lagar que resistiu à passagem do tempo.

A faceta vulcânica da ilha está também estampada no casario de lugares como o CabritoArcosLajidoCachorro ou Calhau. A arte de trabalhar a pedra de cantaria assume no Pico expoente máximo, onde a textura da rocha e o emparelhamento perfeito da pedra basáltica negra contrastam com as molduras brancas das janelas e os verdes e vermelhos brilhantes com que se pintam as madeiras das portas.

Os “maroiços” são elementos arquitectónicos únicos no arquipélago. Presentes sobretudo na zona da Madalena, são amontoados usualmente de forma piramidal de pedras soltas, fazendo lembrar pirâmides astecas. Estes montes formados pelo empilhamento de rochas recolhidas nos terrenos agrícolas na sua envolvente, para facilitar o maneio da terra, foram crescendo com o passar das décadas e séculos, permanecendo até hoje como símbolo da tenacidade dos habitantes do Pico

O Pico centraliza os principais vestígios da epopeia baleeira açoriana. LajesSão RoqueCalheta de Nesquim ou Ribeiras convidam a passeios para descobrir portos pitorescos, velhos baleeiros e ruelas com casario típico. A associação à caça da baleia conta-se em espaços como o Museu da Indústria Baleeira, em São Roque, situado no edifício da antiga fábrica Armações Baleeiras Reunidas, que ainda preserva fornalhas, caldeiras e outros equipamentos utilizados na transformação do cachalote. O espólio de fotografias, utensílios e botes baleeiros complementa-se no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, cuja exposição permanente, abrigada em antigas casas de botes, inclui um bote com arpões e outros utensílios usados na caça, bem como artísticos exemplares de scrimshaw (gravação ou escultura em dentes de baleia).

Outrora o centro de construção naval do Arquipélago, em Santo Amaro ainda subsiste o fabrico artesanal de embarcações. O estaleiro junto ao mar permite entrar em carcaças de barcos, mais ou menos completas consoante o avançado da obra. Ao lado, um museu particular dá dimensão humana à ligação entre a ilha e esta actividade.

Escola de Artesanato de Santo Amaro e a Escola Regional de Artesanato, em São Roque, são instituições que procuram manter vivas tradições artesanais como os chapéus de palhaas flores de escama de peixe ou as rendas de croché. As miniaturas em madeira dos botes baleeiros ou as reproduções de iconografia ligada ao vinho – como os carros de bois a transportarem pipas – são deliciosos testemunhos da história picoense.

 

FESTIVIDADES

Além da transversal Festa do Espírito Santo, o Pico tem especial devoção ao Senhor Bom Jesus Milagroso. Os festejos decorrem em São Mateus, por volta do dia 6 de Agosto e têm por base a veneração dos peregrinos a uma imagem originária do Brasil e exposta no Santuário do Bom Jesus Milagroso. Na Madalena, a festa dedicada à padroeira do concelho, Santa Maria Madalena, inclui manifestações religiosas, desportivas e culturais que animam o mês de Julho.

Em São Roque, o Cais de Agosto combina espectáculos musicais com mostras de artesanato e provas desportivas. Nas Lajes, a Semana dos Baleeiros junta a homenagem aos que participaram nesta importante actividade socioeconómica dos Açores a um programa eclético que anima a parte final do Verão. Já em Setembro, a vila da Madalena propõe as Festas da Vindima, com arraial e evocações etnográficas tendo por base a cultura da vinha.

As corridas de botes baleeiros são muito simbólicas na ilha do Pico. As regatas, efectuadas em botes de madeira com espaço até seis remadores, marcam presença assídua em várias festas e contam com aguerridas disputas com tripulações vindas de toda a ilha e das outras “ilhas do triângulo”.

 

 

Créditos, Fotos e Informações: 
► www.visitazores.com

► pt.artazores.com
► parquesnaturais.azores.gov.pt

LOCAIS A VISITAR

Montanha do Pico
Vulcão ainda activo, de vertentes íngremes, com 2351 m de altura, é o ponto mais alto de Portugal. Realizam-se subidas à montanha, sendo esta uma experiência única pela aventura e pela incrível paisagem. Pelo Património Natural Biológico que alberga foi classificado como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000.

Gruta das Torres
Trata-se do maior tubo lávico conhecido em Portugal, com 5150 metros, de elevado interesse ecológico e geológico. Com um centro de interpretação, parte da gruta pode ser explorada com o apoio de um guia especializado. Devido à sua importância como património natural, esta gruta foi classificada como Monumento Natural Regional.

Museu do Vinho
Instalado na Casa Conventual dos Carmelitas, construção dos séculos XVII e XVIII, o museu é constituído por dois edifícios. O primeiro, de dois pisos, sendo o superior destinado a habitação e o inferior para a adega e o segundo, onde se encontra o alambique. Existe ainda uma mata de dragoeiros e um miradouro de onde é possível observar os currais de vinha. Neste museu está representado a cultura da vinha e a produção do vinho na ilha do Pico.

Museu da Indústria Baleeira de São Roque do Pico é o pólo explicativo da actividade “Memória Baleeira”, sendo o principal centro de transformação industrial dos cachalotes capturados no grupo central dos Açores. Com a adaptação da antiga fábrica a Museu da Industria Baleeira em 1994 os objectos industriais passaram a ter uma nova função, a de testemunho a relembrar o amplo complexo processo de transformação industrial do cachalote (matéria prima), que permitia a produção de vitaminas, óleos, farinhas e adubos (produtos de consumo). Valoriza não só os acervos museológicos como os operários e pescadores que trabalharam na fábrica e que dela retiraram o seu sustento ou parte dele, como também o uso social dos vários produtos (consumo).

Museu dos Baleeiros
Instalado nas antigas casas de botes baleeiros, foi inaugurado em 1988 e retrata a actividade baleeira, que prosperou na ilha entre o séc. XIX e os anos 80 do séc. XX.

Museu Maritimo da Construção Naval
Este museu está localizado na freguesia de Santo Amaro e possui diversas exposições de barcos em miniatura.

Núcleo Museológico do Lajido de Santa Luzia
O Núcleo Museológico do Lajido de Santa Luzia é um espaço que testemunha o cultivo da vinha e a produção de vinho e aguardentes, uma das maiores fontes de riqueza a nível da economia do concelho, que traduz o êxito da exploração dos seus solos vulcânicos no final do século XV. O Núcleo museológico dispõe de um valioso espólio composto por um centro interpretativo da paisagem da vinha e do vinho; um armazém, outrora, um complemento ao alambique, para o armazenamento das frutas (uva e figo) em fermentação para depois serem transformadas em aguardente, onde se expõe utensílios e alfaias agrícolas; um alambique utilizado para a produção de aguardente de figo e de vinho e uma típica adega regional.

Paisagem Protegida da Vinha
Extensa área de um notável padrão de muros lineares paralelos e perpendiculares à linha de costa. Os muros foram construídos pela mão do homem com pedra vulcânica para protecção dos milhares de pequenos e contíguos lotes rectangulares (currais) da água do mar e do vento, para plantação de vinha. Sítio classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.

Centro de Interpretação
O Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (CIPCVIP) encontra-se num edifício de características solarengas, situado num dos núcleos mais peculiares da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha - Lajido de Santa Luzia, constituindo-se como ponto de partida para a compreensão do valioso património cultural classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em 2004.

Neste espaço, o visitante poderá́ assistir a um breve documentário sobre a Paisagem da Cultura da Vinha e recolher informações sobre os valores que a compõem.

A ida ao Centro possibilita ainda uma visita guiada aos “currais” de vinha e de figueira, ao interior de um armazém e de um alambique tradicionais, ainda em funcionamento, bem como um percurso ao núcleo do Lajido que permite compreender como o edifício está intimamente associado à cultura da vinha e da figueira. Durante o trajeto, destaca-se ainda a visita aos campos de lava, localmente designados por “lajidos”, onde podemos percorrer os caminhos que a lava trilhou no passado, tendo deixado gravado nas rochas, micro relevos de rara beleza, onde se instalaram posteriormente diversas espécies de flora endémica.


ZPE das Furnas de Santo António
As Furnas de Santo António enquadram - se numa área classificada como Zona de Protecção Especial (ZPE) junto á linha de costa, constituída por uma falésia rochosa e pelos ilhéus, formações basálticas, onde nidificam colónias de aves marinhas, como o Cagarro (Calonectris diomedea borealis), Garajau – Rosado (Sterna dougalii) e o Garajau – Comum (Sterna hirundo), de grande interesse ecológico. Também se pode encontrar o Morcego endémico dos Açores (Nyctalus azoreum)

Farol Ponta da ilha
Este farol fica situado em Manhenha e foi erguido em 1946. É um farol atípico e a sua construção em U permite-lhe ter uma torre no centro.

Parque Florestal da Prainha do Norte
Abrange uma área de 11,97 ha e tem uma extensão de cerca de 2068 metros, oferece grandes zonas arborizadas essencialmente compostas por Pinheiro Bravo (Pinus pinaster), Faia-da-Terra (Myrica faya) e Incenso (Pittosporum undulatum) existindo ainda uma área botânica na qual se encontram expostos diversos exemplares de vegetação endémica dos Açores destacando - se a Urze (erica azorica), o Pau Branco (picconia azorica), o Sanguinho (frangula azorica) e o Louro - da - Terra (laurus azorica).

Neste Parque estão implantados dois imóveis de grande valor histórico e patrimonial, nomeadamente a casa e a adega, típicas da ilha do Pico, que expõem valiosos e significativos objectos ligados á arte de viver Açoriana.

Santuário Diocesano do Bom Jesus
Corpo principal dividido em três naves, por duas séries de arcos. Capela-mor é dedicada ao Santíssimo Sacramento e São Mateus. Frente com duas torres sineiras.

Convento de São Pedro de Alcântara
O Convento de São Pedro de Alcântara é o testemunho do património religioso construído no Município de São Roque do Pico. Actual Pousada da Juventude do Pico, que oferece uma bela panorâmica da vila deitada sobre o mar.
Uma construção do século XVIII, que traduz o esforço de toda a população local e dos frades Franciscanos que para cá foram destacados, após as erupções vulcânicas do século XVI/XVIII com o intuito de ajudar este povo a refazer tudo o que tinham perdido e a acreditar na esperança de viver, nesta ilha de “Mistérios”.
O actual edifício da Igreja e o Convento dos Franciscanos constituem um exemplo da arquitectura barroca, com torre sineira e arcos, guardando no seu interior valiosas talhas douradas, azulejos historiados na capela - mor e um imponente arcaz em jacarandá na sacristia.

Lagoa do Capitão
Localizada no município de São Roque do Pico. Esta lagoa, a maior da ilha do Pico, situa-se a uma cota média de altitude que ronda os 826 metros e tem na sua imediação uma abundante vegetação endémica da macaronésia, muito rica em várias espécies com destaque para a Erica azorica, o cedros, o loureiros e o vinháticos.

Vila Baleeira (Lajes do Pico)
A Vila das Lajes do Pico constitui um conjunto harmonioso da memória baleeira, por nela se concentrar o maior património baleeiro dos Açores – testemunho do passado e estímulo para o futuro. De entre o vasto espólio cultural, destaque para o Museu dos Baleeiros e a antiga fábrica SIBIL (Centro de Artes e de Ciências do Mar) dois ex-libris do Concelho. Há ainda a referenciar como locais de interesse turístico o Monumento à Baleação, o traiól, os botes baleeiros, as casas de botes, as torrinhas em madeira de alguns edifícios e ainda o scrimshaw – gravação artesanal em osso ou dente de cetáceo. A observação de baleias e golfinhos e as regatas em botes baleeiros são algumas das extensões desta cultura. Os aspectos religiosos e festivos actuais (Semana dos Baleeiros em Honra da Senhora de Lourdes) são do ponto de vista simbólico o maior emblema da Vila Baleeira.

Centro de Artes e de Ciências do Mar
O Centro está instalado na antiga fábrica da baleia SIBIL, infra-estrutura industrial que a partir do início da década de 1950 se dedicou à transformação dos grandes cetáceos em óleos e farinhas. Foi desactivada no início da década de 1980 do século XX e totalmente recuperada em 2007 pela Câmara Municipal das Lajes do Pico. 
Agora, como Centro de Artes e de Ciências do Mar, apresenta uma zona museológica, como memória da indústria baleeira (maquinaria e exibições multimédia), Gigantes do Mar - exposição permanente em formato multimédia (biologia e ecologia dos grandes cetáceos).

Forte de Santa Catarina
O Forte de Santa Catarina, magnífico exemplar de arquitectura militar do século XVIII, foi recuperado e inaugurado em 2006. O Forte, com o seu miradouro é um espaço privilegiado de fruição do imenso panorama oceânico.

Igreja da Santíssima Trindade
Igreja de três naves, de planta rectangular, com sacristia, capela e baptistério no lado do evangelho e dependência de arrumos, capela e acesso ao coro no lado da epístola. A nave central é separada das laterais por colunas de secção quadrada, unidas por arcos quebrados, em pedra à vista. A fachada principal é composta por um corpo central e duas torres sineiras de planta quadrangular. Tem vãos de grandes dimensões (janelas, portas e aberturas dos campanários), rematados por arcos quebrados.

O corpo central é rematado por um frontão encimado por uma cruz de pedra. No centro do frontão encontra-se um relógio. As torres sineiras são encimadas por coruchéus piramidais e por pináculos sobre os cunhais. Todo o imóvel é construído em alvenaria de pedra rebocada e caiada, com excepção dos cunhais, das molduras dos vãos, das pilastras, da cornija, do frontão e dos pináculos que são de pedra à vista. A cobertura é de duas águas em telha de cimento.

A construção inicial é do século XIX (em substituição do antigo templo que se encontrava muito arruinado). Foi reconstruída na segunda metade do século XX.

Ermida de São Pedro
Primeira Ermida a ser edificada aquando do povoamento da Ilha do Pico no século XV. Numa lápide na fachada tem a inscrição “IGREJA DE S. PEDRO / CONSTRUIRAM-NA OS PRIMEIROS / POVOADORES E DEDICARAM-NA AO APÓSTOLO / S. PEDRO NOMEADO / PRIMEIRO PAROCO (1460)”.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição – Convento de São Francisco
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais antigas igrejas do Pico, datada do século XVII. A igreja tem uma só nave, anexa ao antigo Convento franciscano (actuais Paços do Concelho) de planta rectangular, de dois pisos, de planta em forma de cruz latina. Todo o conjunto é construído em alvenaria de pedra rebocada e caiada, com excepção das molduras dos vãos, do soco, dos cunhais, das pilastras e da cornija que são em pedra à vista.

Parque Matos Souto
Unidade paisagística inserida em parte dos terrenos do Parque Matos Souto, formada por jardim, viveiros, "cerrados" de cultivo e pasto e edifício de dois pisos (com pés direitos muito altos) mais sótão. O jardim apresenta grande variedade de espécies arbóreas e arbustivas e inclui a recriação de ambientes no âmbito da etnografia agrícola da Ilha do Pico.

Igreja de Nossa Senhora da Piedade
Construção do século XIX. Igreja de três naves, com sacristias nos lados do evangelho e da epístola e baptistério no lado da epístola. A nave central está separada das laterais por colunas de base e fuste quadrangular, encimadas por arcos de volta perfeita assentes em impostas. O fecho dos arcos é ornamentado por motivos florais. A nave central e a capela-mor estão separadas por um arco de volta perfeita. O interior é rebocado e pintado, com excepção das colunas, dos arcos e das molduras que são em pedra à vista. Para além do altar-mor existem mais dois pequenos altares em cada uma das naves laterais.

No lado direito da fachada desenvolve-se a torre sineira, de planta quadrangular, encimada por um corpo octogonal, rematado por uma cúpula bolbosa facetada também octogonal. O edifício tem cobertura de duas águas em telha aba e canudo.

Casa do Pico – Museu "O Alvião"
Conjunto arquitectónico constituído por casa de habitação tradicional, com adega, tanque e áreas de cultivo na envolvente. Tem igualmente um pequeno núcleo dedicado à cultura pastorícia e à divulgação do queijo de São João.

Moinho de Vento da Ponta Rasa
É um moinho de vento giratório. O piso inferior é construído em paredes de alvenaria e o superior, em madeira, onde se pode encontrar o mecanismo de moer. Da cúpula cónica sai o mastro que suporta as quatro velas formadas por grades rectangulares de madeira, que por sua vez, seguram panos. Totalmente recuperado, está situado junto à Estrada Regional.

Moinho de Vento do Morricão
Moinho de vento fixo, com corpo tronco cónico em alvenaria de pedra e juntas revestidas a argamassa de cal, assente em embasamento circular. Cobertura móvel, de madeira. Totalmente recuperado, situa-se na Zona de Lazer do Morricão.

Ermida de Santa Isabel
Um dos exemplos de boa arquitectura contemporânea – a par do Centro de Artes, Forte de Santa Catarina ou Gruta das Torres - é esta Ermida, da autoria dos arquitectos Rui Pinto e Ana Robalo. O projecto insere-se na operação de reconstrução após o sismo que em Julho de 1998 sucumbiu as ilhas do Pico e Faial, incluindo o colapso da antiga Ermida da Almagreira.

 

ACTIVIDADES

observação de cetáceos é o prolongamento natural da tradição baleeira da ilha, agora adaptada aos tempos modernos. As águas do Pico são apropriadas para a prática da vela ou de caiaque e um passeio de barco permite observar o recorte da costa, ideal para a pesca de rocha ou o mergulho. Várias piscinas naturais em pontas de lava e mar azul cristalino convidam a um banho de mar.

subida à Montanha é empreendimento ao alcance de todos, mas que exige alguma preparação física e mental, bem como calçado e vestuário adequado. Uma escalada com guia permite conhecer em pormenor a vegetação, que varia com a altitude e a história do maior vulcão dos Açores. Ida e volta duram, no mínimo, quatro horas. Alguns operadores turísticos propõem pernoitar no topo da montanha, para apreciar o pôr-do-sol e os primeiros raios do alvorecer.

O túnel lávico da Gruta das Torres permite vivenciar o mundo subterrâneo da ilha tomando como ponto de partida o seu bem apetrechado centro de visitantes. A espeleologia tem terreno fértil no Pico, graças às dezenas de cavidades vulcânicas existentes, como as de Frei Matias, dos Montanheiros ou de Henrique Maciel, possíveis de explorar com o auxílio de guia e equipamento especializado.

A bem estruturada rede de percursos pedestres da ilha e passeios de bicicleta, de burro e a cavalo permitem desfrutar calmamente da paisagem. O entusiasmo atinge picos de adrenalina ao comando de uma BTTmoto4 ou cross-kart, ou a praticar escalada nalgumas secções já preparadas para o efeito.

GASTRONOMIA

Terra de tradição vínica, no Pico produzem-se vinhos brancostintos e rosé bastante apreciados em todo o Arquipélago. Aos poucos, tenta-se recuperar o prestígio do vinho proveniente da casta verdelho, melhorando a produção e inovando nos produtos. “Basalto”, “Lajido” e “Terras de Lava” são designações de vinhos do Pico que remetem para uma relação homem-natureza que a ilha muito preza. A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, na Areia Larga concentra a produção local, já baseada em novas castas, e pode ser visitada. As aguardentes de figo e de nêspera também têm adeptos e ainda se conseguem encontrar velhos alambiques de cobre a funcionar. A angelica e os licores de frutos são propostas mais doces.

A ilha sempre foi grande produtora de fruta, sendo afamado o figo, de interior vermelho vivo. O mel produzido com a flor do incenso e o Queijo do Pico – DOP, um queijo de leite de vaca de pasta mole muito apreciado, completam a lista de preciosidades gastronómicas da ilha. À mesa, são diversas as propostas para uma refeição típica, com particular destaque para o polvo guisado com vinho de cheirolinguiça com inhamemolha de carne e os caldos de peixe.


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55 €
Hotel Caravelas
Ilha do Pico

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120 €
Baco´s Resort
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